Radioproteção em radiologia

Okuno e Yoshimura (2014), com a missão de elaborar normas de proteção radiológica e estabelecer limites de exposição à radiação ionizante para as pessoas potencialmente expostas à radiação no cotidiano do seu trabalho e para o público em geral, foi criado o Internacional X Ray and Radium Protection Committee, no Segundo Congresso Internacional de Radiologia, em Estocolmo, no ano de 1928. Seu nome foi mudado posteriormente para Internacional Commission on Radiological Protection (ICRP) e continua sendo uma comissão da Sociedade Internacional de Radiologia. Trata-se de uma comissão sem fins lucrativos, que trabalha em parceria com a International Commission on Radiation Units and Measurements (ICRU) e tem relações oficiais com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Também mantém relações com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos das Radiações atômicas (UNSCEAR) e com o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), entre outros.

A Física das Radiações é uma ciência relativamente nova e os efeitos biológicos de doses baixas de radiação continuam sendo estudados e coletados para análises epidemiológicas, principalmente pelo fato de efeitos estocásticos aparecerem dezenas de anos após a exposição à radiação. Muito do que se sabe hoje provém de radiologistas ocupacionalmente expostos sem muito cuidado nas primeiras décadas do século XX, de dentistas que seguravam filmes de raios x e de pessoas que foram irradiadas para tratamentos das mais variadas doenças. Entre estas incluem-se pessoas com câncer, 14 mil doentes com espondilite anquilosante (um tipo de inflamação dos tecidos conectivos que afeta as articulações da coluna e grandes articulações), 120 mil sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, acompanhadas no Projeto de Estudo de Tempo de Duração de Vida (Life Span Study – LSS) (há outros projetos entre sobreviventes  com outra população que somam um total de 200 mil pessoas) e pessoas que sofreram as consequências do acidente do reator nuclear de Chernobyl em 1986.

Cada país ou Órgão faz adequações nas normas internacionais e as adota para regulamentar o uso das radiações. 

Há incontáveis aplicações das radiações, principalmente na medicina, tanto em diagnóstico quanto em terapia e que salvam muitas vidas. Enquanto os doentes recebem o benefício da radiação, há inúmeras pessoas relacionadas no processo que sofrem exposição. 

O objetivo principal das recomendações da ICRP é proteger a saúde humana e o ambiente contra os efeitos deletérios que resultam de exposição à radiação ionizante. 

A proteção radiológica tem como meta:

• Evitar os efeitos determinísticos (reações teciduais), em geral de natureza aguda, que aparecem somente quando a dose excede um valor limiar;
• Reduzir a probabilidade de ocorrência de efeitos estocásticos, que aumentam com a dose e podem ser induzidos tanto por dose baixa como alta.

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Sobre o autor

Kelly Leite

Kelly Leite é Gerente de qualidade na Vilson Proteção Radiológica há mais de 8 anos e escreve conteúdos para auxiliar os visitantes do blog em suas dúvidas e questionamentos sobre blindagens, visores, paredes de proteção, portas de proteção e equipamentos de proteção no geral.

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